quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Terra quente

Abri a caixa
Estavam lá a dor, o abandono e o Não

Depois, esqueci de tudo
Fui andando como fada, bela e crente
Muitos anos se passaram
Algo se concretizou
Algo foi possível...
e agora, as vespas vindo para fora, todas juntas
A fazer uma grande confusão...
Como música desarmônica
Como trovão sobre a terra...
Para onde vamos, eu e vc, sempre unidas,
sempre estranhas?

Que angústia, quase não respiro
O ar é como concreto para meus pulmões

O ar
me sufoca
estraçalha
misto de peso e escuridão

Me salve
me salve
Pegue minha mãozinha como seu último gesto

Me puxe para fora
Me desafogue
Me desenterre

Eu, morta, sob a terra quente

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Tanta Saudade

não gosto de reproduzir nada aqui, mas essa é tão perfeita para o momento, mas tão perfeita, que eu não falaria nada melhor que eles dois...
.....................................................Djavan / Chico Buarque

Era tanta saudade
É pra matar
Eu fiquei até doente
Eu fiquei até doente, menina
Se eu não mato a saudade
É, deixa estar
A saudade mata a gente
A saudade mata a gente

Quis saber o que é o desejo
De onde ele vem
Fui até o centro da terra
E é mais além
Procurei uma saída
O amor não tem
Estava ficando louco
Louco, louco de querer bem
Quis chegar até o limite
De uma paixão
Baldear o oceano
Com a minha mão
Encontrar o sal da vida
E a solidão
Esgotar o apetite
Todo o apetite do coração....

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

"sem nada perder"

Na balança, o sim e o não, a dor e o prazer, o amanhã e o hoje.
Apavorados e sedutores, temem a si mesmos, esses homens femininos...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Reciprocidade

como antídoto.

O iluminado

andou andou
na beira d`água
olhava pro céu
estrelassolconchas
todo o universo
suspenso no instante

menino moleque e só
toda grandeza toda beleza toda clareza tudo soube num instante
nada sabia caminhava caminhava
a esmo
de braços abertos
deu boas-vindas
e sorriu
para o nada
Om Mani Padme Hum

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Benjamin Button

Afora o relato no hospital, que não acrescenta uma vírgula útil à fábula - parece que David Fincher não acreditou na força da estória que tinha nas mãos - Benjamin Button é sobre nascer (desde sempre), morrer (desde sempre), mas principalmente sobre limites.
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Lindamente bizarro e poético.
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E os anos 30, 40? ai ai...
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E Brad se derretendo na tela? ai ai... sua construção tem o tom contido, perfeito para um personagem que vive ciente de seus limites. Quase inverossímel para uma beleza que nos açoita daquela forma. clap clap
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E Cate dançando como ninfa? ai ai...